Tornado no Brasil: causas, locais e registros históricos
O fenômeno tornado no Brasil desperta cada vez mais curiosidade — e também preocupação. Embora seja mais comum em países como os Estados Unidos, os tornados também ocorrem em território brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
Nos últimos anos, o país registrou diversos episódios marcantes, com ventos intensos, destruição e grandes prejuízos materiais.
Entender como eles se formam, onde são mais frequentes e quais medidas adotar durante sua ocorrência é fundamental para garantir segurança e ampliar o conhecimento sobre o clima brasileiro.
Veja no guia abaixo os assuntos abordados ao longo do conteúdo.
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O que é um tornado e como ele se forma
Um tornado é uma coluna de ar giratória em altíssima velocidade, que se forma a partir de uma nuvem de tempestade do tipo cumulonimbus. Quando há o encontro de massas de ar quente e úmido com ar frio e seco, cria-se uma instabilidade atmosférica. Se as correntes de vento em diferentes altitudes começarem a girar, a rotação pode se intensificar e gerar o funil característico do tornado.
A base desse funil toca o solo, e é nesse momento que o fenômeno se torna um perigo real, com ventos que podem ultrapassar 400 km/h nos casos mais extremos.
Dependendo da intensidade, os tornados são classificados na Escala Fujita, que vai de F0 (mais fraco) a F5 (devastador). No Brasil, a maioria dos tornados é de baixa ou média intensidade, entre F1 e F3, mas ainda assim causa danos consideráveis.
Onde ocorrem tornados no Brasil
Apesar de serem mais frequentes em países de clima temperado, o tornado no Brasil ocorre principalmente nas regiões Sul e Sudeste, devido à combinação de massas de ar quente vindas da Amazônia com frentes frias do sul do continente.
Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul registram os maiores números de ocorrências.
No Sul, a topografia e o clima favorecem a formação de tempestades severas. Municípios como Xanxerê (SC), Guaraciaba (SC) e Cruz Alta (RS) já foram palco de episódios significativos.
Em São Paulo, cidades do interior também registram tornados ocasionais, especialmente em períodos de transição de estações, como primavera e verão.
Já nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, o fenômeno é mais raro, mas não impossível. Há registros pontuais em Goiás, Tocantins e Bahia, geralmente associados a tempestades intensas de verão.
Tornados históricos registrados no país
O Brasil tem um histórico de tornados marcantes. Um dos mais destrutivos ocorreu em Xanxerê (Santa Catarina), em abril de 2015, quando ventos superiores a 200 km/h deixaram rastros de destruição, com casas destelhadas, postes caídos e dezenas de feridos.
Outro caso grave aconteceu em Guaraciaba, também em Santa Catarina, em 2009, quando um tornado atingiu áreas rurais e urbanas, provocando mortes e danos significativos. O fenômeno foi classificado como F3 na Escala Fujita, o que indica ventos de até 250 km/h.
Mais recentemente, em 2023, cidades do Rio Grande do Sul registraram tornados confirmados por imagens de radar e vídeos de moradores. A Defesa Civil e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) vêm aprimorando os sistemas de alerta e monitoramento, o que permite identificar com mais precisão quando e onde o fenômeno ocorre.
Como diferenciar tornado de ciclone e micro explosão
É comum confundir o tornado com outros fenômenos meteorológicos, como ciclones e micro explosões. O tornado é uma coluna de ar giratória localizada, geralmente com diâmetro inferior a 1 km, e duração de alguns minutos.
Já o ciclone é um sistema de baixa pressão muito mais amplo, que pode durar dias e afetar áreas extensas, como os ciclones extratropicais que atingem o Sul do Brasil.
A micro explosão (ou microburst), por sua vez, ocorre quando o ar frio e pesado desce rapidamente de uma nuvem de tempestade e se espalha ao tocar o solo, causando ventos fortes em uma área limitada. Embora os efeitos possam parecer semelhantes, a dinâmica de formação é diferente.
Monitoramento e previsão de tornados no Brasil
No Brasil, o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) são os principais órgãos responsáveis por acompanhar condições atmosféricas severas. Eles utilizam radares meteorológicos, satélites e modelos numéricos para identificar áreas de risco.
Porém, prever com precisão a formação de um tornado no Brasil ainda é um desafio. O fenômeno se forma rapidamente e pode durar poucos minutos, o que dificulta emitir alerta específico. Mesmo assim, a tecnologia tem avançado: radares de alta resolução e aplicativos de alerta em tempo real ajudam a população a agir com mais segurança.
O que fazer durante um tornado
Caso haja suspeita de tornado, é essencial buscar abrigo imediatamente em locais firmes e seguros. A recomendação é ir para cômodos internos sem janelas, como banheiros ou corredores, e evitar áreas abertas. Se estiver em um carro, o ideal é sair do veículo e procurar um ponto mais baixo, como uma vala, protegendo a cabeça com os braços.
Nunca se deve tentar observar ou filmar o fenômeno de perto, pois os ventos podem lançar objetos com extrema força. Além disso, após a passagem do tornado, é importante evitar fios de energia caídos e não acender fogo até que se confirme que não há vazamento de gás.
As mudanças climáticas e o aumento dos fenômenos extremos
Pesquisadores têm discutido se as mudanças climáticas globais podem aumentar a ocorrência de tornados no Brasil. Embora ainda não haja consenso, há indícios de que o aquecimento global intensifica as tempestades severas e a instabilidade atmosférica, criando condições favoráveis para a formação de tornados.
Nos últimos anos, a frequência de eventos extremos — como chuvas intensas, granizo e ventanias — tem aumentado, o que reforça a necessidade de monitoramento constante e políticas públicas de prevenção a desastres naturais.
Tornado no Brasil e o avanço da ciência meteorológica
O estudo de tornados no Brasil ainda é relativamente recente, mas tem crescido com o avanço das tecnologias de observação e o trabalho de meteorologistas e pesquisadores das universidades federais. A coleta de dados sobre ventos, pressão atmosférica e temperatura ajuda a compreender melhor o comportamento desses fenômenos em território nacional.
Além disso, o intercâmbio com instituições internacionais — como a NOAA, dos Estados Unidos — tem contribuído para aprimorar os métodos de previsão e classificação dos tornados brasileiros. Isso torna o país mais preparado para lidar com emergências e reduzir riscos à população.
Tornado no Brasil exige atenção
Embora muitas pessoas ainda associem tornados apenas aos Estados Unidos, o tornado no Brasil é uma realidade climática que não pode ser ignorada. Mesmo que sua ocorrência seja menos frequente e, em geral, de menor intensidade, os danos causados são significativos e exigem preparação das autoridades e conscientização da população.
Entender como o fenômeno se forma, quais regiões são mais vulneráveis e como agir diante de um alerta pode fazer toda a diferença na hora de garantir a segurança.
Com o avanço da meteorologia e o investimento em sistemas de alerta, o Brasil caminha para lidar com mais eficiência com esse fenômeno natural impressionante — e, ao mesmo tempo, perigoso.

Sofia Maria
Jornalista. Acredita que a leitura de informações sobre educação e carreira é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento pessoal e profissional.
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